“Samuel morreu e todo o Israel juntou-se a chorá-lo” (Primeiro Livro dos Reis, Capítulo 25, versículo Primeiro).
Se a tristeza e as lágrimas dos Israelitas foram terno testemunho de amor, gratidão, respeito pela morte de Samuel seu juíz e profeta, qual dos filhos da Igreja de Benguela e de toda a província, não sentirá a Saudade de Dom Óscar Braga. Recordamo-nos o que, muitas vezes, disse-nos:” a morte é certa numa hora incerta”. Trespassado o nosso coração pelo acontecimento, agora nos fica a veneranda memória do Patriarca, do Pastor, do Fundador e do Prelado Excelentíssimo!
Foi no dia 23 de Novembro de 1974, que o então Vigário Capitular da Diocese de Benguela, Padre Mateus das Neves, presente na ordenação episcopal de Dom Zacarias Kamwenho, na cidade do Huambo enviava através da então Rádio Clube de Benguela, hoje Rádio Benguela, a mensagem da nomeação do Reverendo Padre Óscar Lino Lopes Fernandes Braga e a seu pedido, como este se encontrava também na celebração, o recém-eleito Bispo de Benguela escrevia uma mensagem onde se via a sua preocupação de Pastor: a total realização da pessoa benguelense.
A notícia foi recebida com efusiva alegria, mas para a verdade histórica, ficam nos anais a perplexidade que o meio benguelense que se preparava para os novos ventos, fazia transparecer e não foi aceite imediatamente pela maioria diocesana. Dom Óscar Braga, quando no dia 19 de Fevereiro de 1975 chegou a Benguela, escolheu São Martinho de Lima, o Santo Peruano, “mestiço”, para segundo padroeiro da Diocese e de lá de cima unir os seus amados diocesanos, como Benguela se habituou a ser chamada por este dinâmico Pastor, que se fez dedicação e doação.
Chamou por causa da precariedade de pessoal missionário, várias congregações religiosas tanto femininas como masculinas e não satisfeito, este Apóstolo das gentes benguelenses criou os seus seminários desde o Propedêutico à Teologia, chegando a ordenar mais de 300 padres e 3 Bispos. Organizou melhor a Congregação das Irmãs de Santa Catarina, fundada pelo suíço Padre Roberto Harder, dos missionários saletinos e fundou os irmãos servos do Reino. Este timoneiro da Barca Benguelense era um conhecedor singular da Diocese e dos seus diocesanos, surpreendo-os muitas vezes nos seus aniversários com prendas, quando estes mesmos nem se recordavam.
Em 2005, o sonho de trazer para Benguela o Ensino Superior Católico, fazia-se premente no coração apostólico deste Gigante da Missão dos Benguelenses e assim confiando em Deus lançou as bases do Instituto Superior João Paulo II que oferecia o curso de ética social, e com o empenho dos seus colaboradores Padre Amadeu Ngula e o Doutor Paulino Lukamba, conseguiu que ascendesse esta instituição de Ensino em Universidade Católica de Benguela-UCAB, mas que veio a ser aprovada pelo Decreto Presidencial Número 168/12 como Instituto Superior Politécnico Católico de Benguela, conhecido pela sigla ISPOCAB, sendo assim o fundador.
A fé no Ressuscitado enche de gratidão tudo o que o Senhor Dom óscar fez e por isso, no dia 30 de Setembro de 2019, quando completou 88 anos o ISPOCAB inaugurou oficialmente o Auditório que um ano antes lhe tinha sido dedicado e com quanta alegria, mas na esperança que por muito tempo ele desfrutasse do mesmo, agora no Céu estamos certos que vai interceder para que todos os trabalhos que nele vierem a se realizar, tenham a Bênção do Alto.
AO DOM OSCAR NOSSO FUNDADOR E PATRONO DO NOSSO AUDITÓRIO, QUE O SENHOR ABRA AS PORTAS DO SEU REINO E ENTRE OS ESPLENDORES DA LUZ PERPÉTUA DESCANSE EM PAZ
Lobito, aos 28 de Maio de 2020
O Director Geral, Padre José Adriano Ukwatchali.