CLIQUE AQUI: MATERIAL DISPONÍVEL EM PDF – CHAMADA E SUBMISSÃO DOS RESUMOS EXPANDIDOS PARA O SENCOM

 

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO CATÓLICO DE BENGUELA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL E JORNALISMO


Bantu Mendonça Katchipwi Sayla1


I. SEMINÁRIO NACIONAL DA COMUNICAÇÃO SOCIAL (SENCOM) 2022


I.1 – INTRODUÇÃO


O primeiro Seminário Nacional da Comunicação Social 2022, promovido pelo Curso de
licenciatura em Comunicação Social, do Instituto Superior Politécnico Católico de Benguela –
ISPOCAB, configura-se como um evento tentativo de cunho epistemológico e científico que abre
possibilidades sócio-discursivos, de uma abordagem linguístico-cultural, técnico tecnológico,
midiática de raiz transversal. Empiricamente o evento parte de uma hipotética e utópica ideia de
que nas sociedades em midiatização os sujeitos mergulhados em uma ambiência interacional,
sociotécnica, tecnológica e cultural talvez façam uso abusivo dos dispositivos midiáticos e se
apropriem das lógicas e gramáticas da circulação (consumo) do capital e dos bens da Indústria
Cultural Midiática (KATCHIPWI SAYLA, 2018) nas suas práticas sociais. No contexto sócio
histórico angolano, inferimos que talvez, o acionamento (usos e apropriações) dessas lógicas e
gramáticas (FAUSTO NETO, 2008) pelos actores, em suas práticas sociais, para além de criar
uma cultura de profunda penetração hiperhíbrida
, oficializa a matrícula das novas gerações nas
faculdades das práticas e interacções sociais de consumo, de produções e dos compartilhamentos
com os seus pares através das redes sociais e ou, das comunidades virtuais, parafraseando
pesquisadores tais como Katchipwi Sayla (2021), Gomes (2006), Braga (2014) e Santaella (2007).

____________________________

1 Bantu Mendonça Katchipwi Sayla é sacerdote católico da Diocese de Benguela / Angola. Graduado em
Filosofia (1995) e em Teologia respectivamente pelo Seminário Maior do Bom Pastor, Benguela / Angola
(1999); em Comunicação Social – Rádio e TV pela Universidade Santa Teresa de Ávila – UNIFATEA,
Lorena / SP (2009); possui especialização em Psicopedagogia e Psicomotricidade pela Universidade
Salesiana – UNISAL, Lorena / SP (2009); Psicanalista Clínico pelo Instituto de Educação Brasileira – IEB,
São Paulo (2014); Mestre em Ciências de Educação pela Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL,
Tubarão / SC (2012); Doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade do Vale dos Sinos –
UNISINOS (2020); e, Doutor em Psicologia pela Universidad del Ciencias Empresariales y Sociales –
UCES, Buenos Aires, Argentina. Professor e coordenador do Curso de Licenciatura em Comunicação
Social e Jornalismo e, Director do Gabinete de Comunicação e Imagem no Instituto Superior Politécnico
Católico de Benguela respectivamente. Professor de Psicologia Geral no Seminário do Bom Pastor, Secção
de Filosofia. É idealizador e coordenador geral do Seminário Nacional de Comunicação em Angola
(SENCOM). Atua nas seguintes áreas: Comunicação Social, Psicologia, Religião, Educação e Sociologia.
Email: katchipwi@gmail.com.

_____________________________

 

Seguindo a linha de raciocínio destes autores, este evento, nas interfaces das esferas de
produção, circulação e consumo dos bens da Indústria Cultural, associadas às lógicas e gramáticas
das metamorfoses e da circulação do capital (MARX,
1994; KATCHIPWI SAYLA, 2020),
objectiva reunir pesquisadores, profissionais, professores e alunos da área de Comunicação Social
e, de áreas afins ou que desenvolvem pesquisas cujos objectos de estudo transbordando as suas
margens, circulam nas diferentes práticas e campos sociais. Ou seja, de natureza epistemológica;
o SENCOM, objectiva incentivar a Investigação Científica, produzir e universalizar o
conhecimento, enriquecer o Currículo Lattis dos pesquisadores, promover trocas de ideias e
debates acadêmicos entre professores e alunos e implementar um projecto metafórico de carácter
e de extensão universitária, transformando a academia numa autêntica arena do saber e do poder
científico.

Para atingir a sua finalidade, o SENCOM, prevê acontecer todos os anos, na semana que
antecede o Dia Mundial das Comunicações, no Auditório Dom Óscar Lino Lopes Fernandes
Braga, das Instalações do ISPOCAB – Luongo. E, em termos metodológicos, os desdobramentos
das suas actividades ocorrem através de mesas redondas, debates e grupos de trabalhos de cunhos
transversais, em torno de eixos temáticos e conceituais na área da Comunicação Social, com
ênfase em Midiatização e Processos Sociais.

Nessa primeira versão, o SENCOM 2022, será composto de quatro painéis
voltados à discussão da temática sobre a “Rádio Ecclesia: avanços e retrocessos na defesa
dos direitos e deveres dos cidadãos angolanos”.
Como tal, objectiva é estabelecer um
mapeamento empírico/arqueológico da Rádio Eclésia, desde a sua fundação até aos dias actuais.
A temática do evento é sustentada pela hipótese de que a Rádio Eclésia possa ser concebida
como aquele dispositivo (FERREIRA, 2002) que se debruce sobre um objecto que
emerge das
confluências entre o sócio-antropológico, o tecnológico, cultural, linguístico, na visão de
Rodrigues (1994), Peraya (1999), Meunier (1999), Charaudeau (1997) e Katchipwi Sayla
(2018; 2020).

Nesse contexto, sob o ponto de vista institucional e nacional, o evento pretende
instaurar um debate de carácter epistemológico que, apelando pelo imaginário
sóciohistórico-culturalsimbólico, vai reunir
pesquisadores, professores e alunos, quer internos
quer externos, ligados ou não a área de Comunicação Social,
nos dias 24 e 27 de Maio de 2022.

Devido a circulação ainda do Vírus da COVID-19 em Angola, o SENCOM adoptará dois
sistemas, presencial e remoto para participação e apresentação dos resumos e artigos.
O lugar de fala do SENCOM fundamenta-se pelo posicionamento do Magistério da Igreja,
cujos primeiros insights remontam em 1487 com o Papa Inocêncio VIII. Naquela altura, o
Romano Pontífice publicava o INTER MULTIPLICES, como forma sobre o posicionamento da
Igreja, ante os meios de Comunicação Social até aos dias actuais (KATCHIPWI SAYLA, 2009).
Desde todos os documentos e decretos eclesiais, a esse respeito, parecem transparecer uma certa

tendência de adoptar os estúdios de Rádios e TVs, os Sites e microfones como dispositivos
interacionais e novos areópagos no processo da evangelização e divulgação dos seus ideais
cristãos. Sob os ventos da evangelização, a igreja angolana também se insurgiu em 1954, criando
e confiando à Rádio Eclésia cuja primeira emissão teve início à 8 de Dezembro, tendo como o
seu primeiro director o Pe. José Maria Pereira. Na época, por meio de um emissor de ondas curtas
de apenas 50Watts e uma aparelhagem modesta, a Rádio Eclésia, com sede no primeiro andar do
prédio da rua de São Paulo, assinalava o encerramento do Ano Mariano e no dia 19 de Março de
1955 iniciava as diárias até os dias actuais.
Assim, perseguindo os desdobramentos da Rádio Eclésia no processo da evangelização e
da defesa dos direitos e deveres dos angolanos, o SENCOM 2022, configura-se como processo
tentativo de rastreio dos processos arqueológico e institucionais da Rádio Eclésia, desde a
fundação até aos dias actuais; investigar quais as contribuições e os papéis exercidos pela Rádio
Eclésia, tanto na esfera social e quanto na eclesial (evangelização), nas diferentes etapas da
sociedade angolana; buscar indícios de saberes empíricos, construídos nas interações entre a
Rádio Eclésia e a sociedade civil, em vista da construção de saberes sociotécnicos, tecnológicos
e epistemológicos, no âmbito acadêmico, sobre a defesa dos direitos e deveres dos angolanos.
Para o efeito, sirvo-me deste espaço para convidar a comunidade acadêmica de Benguela
e de Angola para a apresentação de trabalhos de investigação académicos, nos termos
deste edital.


II. EDITAL DA CHAMADA DE RESUMOS, COMUNICAÇÕES E ARTIGOS
CIENTÍFICOS


II.1 NORMAS DE APRESENTAÇÃO DO EVENTO


II.1.1. Informações Gerais


O Seminário Nacional de Comunicação Social (SENCOM) é promovido pelo
Curso de Licenciatura em Comunicação Social e Jornalismo do ISPOCAB, administrado
no Campus do Luongo / Catumbela, composto por duas turmas, distribuídas em dois
períodos, sendo diurno e noturno.
Nas suas edições, o SENCOM, informa que para a aceitação, apresentação e
publicação, apenas serão aceites os resumos, comunicações e artigos de investigação
científica, submetidos nos limites dos prazos estabelecidos para o efeito e que estejam
afinados à temática tratada no evento. No contexto desta primeira edição, o evento que
será realizado nos dias 24 a 27 de Maio de 2022, no auditório Dom Óscar Braga localizado
no Campus do Luongo / Catumbela, escolhe como temática: RÁDIO ECLESIA:

AVANÇOS E RECUOS NA DEFESA DOS DIREITOS E DEVERES DOS CIDADÃOS
NA SOCIEDADE ANGOLANOS.
A inscrição do trabalho corresponde à automática e simultânea autorização dos
autores ao comitê científico do evento para utilizar, publicar e divulgar os resultados das
suas investigações, uma vez apresentadas, nos anais do SENCOM. Para o efeito, é
autorizada a inscrição e submissão de até dois trabalhos por um autor e ou co-autores,
desde que seja com temas e em modalidades diferentes.
Por meio deste instrumento, a coordenação da organização do evento informa a
toda comunidade científica (investigadores, professores e estudantes), quer interna quer
externa, que não patrocinará qualquer despesa do(s) autor (es), empresa ou entidade, seja
qual for a sua natureza. Antes pelo contrário, consciente da sua gênesis dado que os
primeiros beneficiários são eles, seguidos pela comunidade acadêmica e científica.
Após a apresentação e o envio dos textos definitivos, os mesmos farão parte do
rol dos anais do evento, que, por sua vez serão disponibilizados pelo comitê científico do
Seminário Nacional da Comunicação, o qual permitirá a sua reprodução, desde que citada
a fonte. Portanto, os anais conterão os resumos expandidos e artigos científicos que
tenham sido enviados dentro do prazo e aprovados de acordo com as normas divulgadas
neste edital e mediante apresentações no evento a que se refere o edital de cada Seminário.
Cada trabalho enviado e aprovado será apresentado pelo autor. E se tiver co-autoria,
poderá ser por um deles ou por ambos autores desde que o(s) expositor(es) participe do
Seminário nas duas modalidades: presencial ou via sistema remoto.
Aos participantes serão fornecidos certificados de participação, no mínimo em até
75%, quanto aos expositores(as) dos trabalhos.


II.1.2. Inscrições


A inscrição de trabalhos escritos em Língua Portuguesa será feita mediante o
envio do material em word, editável em duas versões, para o e-mail
sencom.ispocab@gmail.com, até às 23h59min do dia 01 de Maio de 2022, com o título
“SUBMISSÃO AO I SEMINÁRIO NACIONAL DA COMUNICAÇÃO ISPOCAB”. A
primeira versão deverá conter a qualificação dos autores e a outra sem idenficação, para
permitir a avaliação cega. Os arquivos na versão identificada devem ser encaminhados
com a folha de rosto onde constem o nome, a formação acadêmica, a vinculação
institucional, a qualificação profissional e o e-mail de contacto do autor (os estudantes do
ISPOCAB devem também indicar o número da matrícula).

Pelo facto de o Seminário visar a construção do conhecimentos, todos os autores
dos trabalhos a serem submetidos ao evento devem ser graduandos, graduados , pósgraduandos, pós-graduados stricto senso e lato senso em Comunicação Social, Ciências
Sociais, Computação, Direito ou áreas afins, cursadas em instituições reconhecidas ou
validadas pelo Ministério do Ensino Superior. Em caso de haver co-autoria que ao menos
um dos autores compareça à apresentação.
Para todos os efeitos, nos trabalhos nos forma de resumos expandidos e artigos
científicos, devem ser observadas as seguintes regras:
a) Resumos expandidos – título (com no máximo 20 palavras), número de páginas
(mínimo 3 e máximo 5), problema, hipótese, marco teórico, metodologia,
conclusão ou resultados esperados, referências e palavras-chaves (até 5 itens);
folha tamanho A4, fonte Times New Roman, corpo tamanho 12, com alinhamento
justificado, sem separação de sílabas ou linhas entre parágrafos, mas com
entrelinhas com espaçamento 1,5; espaço de início de parágrafo de 1,25; com
margem superior e esquerda de 3 cm e inferior e direita de 2 cm; as referências
devem obedecer às regras da ABNT; as citações devem ser apenas indirectas e o
sistema de chamada das referências completas por nota de rodapé (fonte tamanho
10);
b) Artigos científicos – devem ser observados as seguintes regras: título (com no
máximo 20 palavras); introdução, desenvolvimento, podendo ser subdividido em
itens (a critério dos autores), considerações finais e referências (com no mínimo
15 e no máximo 25 páginas); são dispensáveis os resumos, abstract e palavraschave; folha tamanho A4, fonte Times New Roman, corpo tamanho 12, com
alinhamento justificado, sem separação de sílabas ou linhas entre parágrafos, mas
com entrelinhas com espaçamento 1,5; espaço de início de parágrafo de 1,25; com
margem superior e esquerda de 3 cm e inferior e direita de 2 cm; as referências
devem obedecer às regras da ABNT; as citações devem obedecer ao sistema de
referência completas por notas de rodapé (fonte tamanho 10); as citações directas
com mais de 4 linhas devem ter fonte tamanho 11.
Não serão admitidas inclusões e/ou exclusões de autores, assim como alterações
no título do trabalho após a realização da inscrição.
A apresentação será feita em ambiente virtual, em endereço posteriormente
encaminhado, sendo vedado o uso de mídia (power point), em tempo não excedente a 20
(vinte) minutos. Em caso de co-autoria, o tempo será dividido entre os expositores.


II.1.3. Critérios de avaliação dos resumos e artigos.

Os trabalhos serão avaliados pelo Comitê científico do SENCOM ou pela
comissão científica designada pela Comissão Organizadora, que aprovará ou reprovará
os trabalhos a partir dos seguintes critérios:
a) Adequação formal às regras de acordo ortográfico da língua
portuguesa e as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT);
b) Delimitação correcta do problema e da hipótese;
c) Organização e estrutura do trabalho com desenvolvimento lógico,
coerente e claro na exposição, alinhado ao tema do trabalho e do
evento;
d) Criatividade ou inovação na abordagem do tema ou na propositura de
soluções.
Os trabalhos serão desclassificados ou reprovados se não estiverem de acordo com
os critérios deste edital, em especial, quando:
a) Se não forem encaminhados no prazo estabelecido através do
endereço eletrônico fornecido (sencom.ispocab@gmail.com);
b) Se tiverem qualquer forma de identificação de autoria;
c) Se apresentarem autores não graduandos, graduados e pós-graduandos
stricto sensu e lato sensu em Direito ou áreas afins em instituições
reconhecidas ou validadas pelo Ministério do Ensino Superior;
d) Se nenhum dos autores do trabalho participar do evento;
Aos estudantes de Licenciatura em Comunicação Social do ISPOCAB, serão
atribuídas horas, na modalidade de pesquisas e práticas. Aos alunos cujos resumos
expandidos forem aprovados e apresentados terão 10 (dez) horas de pesquisas e práticas
e os artigos aprovados e apresentados correspondem a 30 (trinta) horas de pesquisas e
práticas, haja vista o carácter nacional do evento. No caso de os resumos e artigos forem
de co-autoria, as horas de pesquisas e práticas serão divididas entre os autores.
II.1.4. Divulgação de Resultados: Até 01 de Maio de 2022, por correio electrónico dos
inscritos.
II.1.5. Apresentações.
As apresentações ocorrerão no período diurno dos dias pré-determinados pela
comissão organizadora do evento, conforme divulgação do edital. É solicitada à comissão
organizadora, bem como aos coordenadores das sessões de apresentação dos grupos de
trabalhos (GTs), os relatórios das actividades e o pedido de adequação dos textos finais
para publicação nos anais do evento. Para tanto, somente os trabalhos aprovados,
apresentados no evento e adequados nos termos da comissão avaliadora, serão aptos à
composição dos anais, que estarão no repositório do ISPOCAB.


II.2 – CRITÉRIOS PARA ENVIO E APROVAÇÃO DE RESUMOS
EXPANDIDOS

A Coordenação geral do Seminário Nacional da Comunicação é do parecer de que
a apresentação dos resultados de um trabalho de investigação científica tenha como ponto
crucial o domínio e a competência metodológica por parte dos autores e co-autores. Para
o efeito, o envio de resumo para os congressos, seminários e/ou eventos científicos sejam
a sua primeira forma, de comunicação científica e interacional pública.
Assim sendo, o resumo expandido deve conter uma estrutura bem definida,
semelhante aos resumos de artigos científicos, tendo: introdução, objectivo, métodos,
resultados e conclusões. No entanto, o resumo expandido para congresso não é
apresentado como parte de artigo completo e, por isso, ele deve conter as informações
necessárias e mais relevantes.
Neste artigo, objectivamos propor detalhadamente a sua estrutura e alguns aportes
para torná-lo tecnicamente correcto.
Como nos referimos acima, aqui também reafirmamos que, assim como os artigos
científicos submetidos às revistas para publicação são a melhor maneira de divulgar os
resultados de uma pesquisa, assim também, a submissão de resumos para seminários e
congressos é útil na disseminação dos primeiros resultados de um novo trabalho de
investigação. O envio de resumos de trabalhos científicos para congressos e seminários
sociotécnico, profissionais abrangem alguns objectivos.
Por essas angulações, parafraseando Foote (2008; 2006), diremos que os autores
do trabalho desenvolvido parcial ou totalmente podem ser avaliados por seus pares, ou
seja, outros profissionais da mesma área podem opinar e dar sugestões para lapidar a
metodologia e os resultados apresentados. Além disso, é uma excelente maneira de pré-
divulgação de um trabalho, seja ele observacional ou de intervenção, proporcionando a

interação entre pesquisadores interessados no mesmo tema. Os resumos devem conter
apenas as informações mais relevantes do estudo, para que o avaliador possa julgar se o
racional e o contexto científico estão adequados para aprovação do tema. É comum que
os autores tentem esclarecer todos os detalhes do trabalho. Todavia, isso pode tornar o
resumo confuso e mal estruturado. Para chamar a atenção dos avaliadores e dos leitores
do resumo, é necessário um impacto, ou seja, manter a curiosidade deles durante a leitura
do texto.

II. 2.1 – ESTÍLO E LINGUAGEM DE RESUMOS EXPANDIDOS

Em primeiro lugar, devem-se checar as instruções para desenvolvimento do resumo, além da
data limite para o seu envio. Nas instruções, procure conhecer as regras para escolha do tipo e do
tamanho da fonte. Os resumos têm limites de palavras ou caracteres (contando ou não espaços
entre as palavras), usualmente em torno de 250 a 300 palavras.
O conhecimento prévio desse limite é importante para redigir a parte introdutória ou mesmo
a metodologia do trabalho, haja vista que essas sessões são mais maleáveis, podendo ser adaptadas
para o tamanho disponível. Deve-se usar linguagem clara, concisa e absolutamente necessária
para cada trecho do resumo. A despeito da necessária economia de palavras, o uso de abreviaturas
não é permitido.
Em casos muito especiais, em que a repetição de termos longos será necessária, podem-se
utilizar abreviaturas. As mesmas devem ser escritas por extenso na primeira vez em que o objecto
da abreviação aparece. Outra nota sugestiva é de evitar o uso de adjectivos ou advérbios,
mantendo uma linguagem estritamente científica; artigos (principalmente os indefinidos) podem
eventualmente ser suprimidos. Para autores como Goodman e Edwards (2006), o uso da primeira
pessoa do plural tem se tornado cada vez mais frequente e, modernamente, para muitos, representa
a forma mais adequada a ser utilizada em textos científicos. O uso excessivo da voz passiva torna
a leitura de textos enfadonha, repetitiva e impessoal. A visão antiga, dando ao uso da primeira
pessoa, conotação petulante, é hoje contrabalançada pelo argumento de que os pesquisadores são
sim o sujeito das acções que descrevem e por elas devem se responsabilizar. Essa nova postura
pode ser utilizada na confecção de resumos expandidos, embora ela se aplique principalmente ao
corpo do artigo, sendo mais usual o uso de voz passiva em resumos, devido à necessária economia
de palavras.
Deve-se atentar também para erros ortográficos, já que os resumos expandidos são
frequentemente publicados em anais de congresso e seminários, da mesma maneira como são
enviados. Assim, urge a necessidade de poder usar o corrector ortográfico actualizado e a
ferramenta do editor de texto do computador para corrigir erros gramaticais, contar palavras e os
caracteres. As ferramentas de contagem de palavra dos principais softwares de texto, como o

Microsoft Word®, utilizam regras de contagem diferentes da maioria dos sites de submissão
eletrônica. Assim, é bastante frequente que a contagem feita no texto ultrapasse o limite permitido
no site. Portanto, embora a redacção possa ser feita nesses programas, os ajustes finais idealmente
devem ser realizados directamente no site.

II. 2.1.2 – Título, autores e afiliações2

Independente da forma de submissão, eletrônica ou não, é necessário colocar o título, os
autores e sua afiliação. Por sua natureza, o título deve ser atrativo e autoexplicativo. Isso implica
a
eliminação de todas as palavras desnecessárias. Segundo Wagner (2009), existem,
basicamente, dois padrões: aquele em que o título formula a pergunta referente aos
objectivos do estudo e aquele em que o principal achado do estudo é citado. Recentemente
e de forma cada vez mais intensa, o último formato tem ganhado mais adeptos e
defensores. Idealmente, o título deve também fornecer informações sobre o mecanismo e
a população a que ele se aplica. Assim, “
Impactos da Rádio Eclésia na defesa dos
direitos e deveres dos cidadãos angolanos
” soa menos interessante do que seu formato
na interrogativa: “
É possível falar dos impactos sociais da Rádio Eclésia na defesa dos
direitos e deveres em Angola? Se sim, quais e como descrevê-los?”.
Contudo, olhando
no seu conjunto, percebemos que ambos apenas deixam claro qual a pergunta do estudo.
Já “
A Rádio Eclésia: avanços e retrocessos na defesa dos direitos e deveres na
sociedade angolana
” é muito mais atrativo e desafiador.
A forma de apresentação do nome dos autores deve ser de acordo com as regras
do congresso. O ideal é indicar sempre o nome completo, sem abreviaturas, para que não
haja dúvida ou erro no processo de indexação dos autores, quando os resumos são
publicados em revistas indexadas. Entretanto, pode ser necessária a colocação do nome
com abreviatura dos nomes intermediários ou mesmo a colocação do sobrenome dos
autores em primeiro lugar. O formato de colocação das afiliações também deve ser
padronizado e seguir as normas do congresso. Usualmente, o nome da instituição deve
ser colocado por extenso, com a indicação da cidade, da Província e do país. Em sistemas
de submissão eletrônica, é comum ser necessária a colocação do e-mail de todos os
autores.

_________________________

2 Instituição a que pertence o autor e os co-autores do resumo.

_________________________

II. 2.1.3 – Estrutura do Resumo

Os resumos podem ter estruturas diferentes, dependendo das regras estabelecidas
pela comissão científica. Eles podem ser contínuos ou estruturados (FOOTE, 2006).
Usualmente, artigos de revisão e descrição de casos clínicos utilizam resumos não
estruturados, ou seja, o texto não possui divisões, sendo apresentado em bloco único. É
necessário cuidado para que nenhuma parte fundamental seja esquecida, ao mesmo tempo
em que a fluência da leitura deva ser mantida. Usualmente, resumos estruturados são
separados em introdução ou racional, métodos, resultados e conclusões.
Recomenda-se estruturar os resumos dessa forma para que o mesmo atenda as
regras do evento, visto que a utilização de outras divisões pode resultar em rejeição
automática. Um dos erros mais frequentes, por exemplo, é a utilização de introdução nos
casos em que a regra é apenas a colocação de objectivos.

II.2.1.4 Introdução e objectivos

A introdução ou a descrição do racional do estudo é a parte inicial dos resumos,
na maior parte dos trabalhos de congressos. Uma frase introdutória do tema geral é bemvinda, especialmente se fizer parte de conhecimento geral e for consagrada (por exemplo,
“os programas de cunho sócio jornalístico, investigativo na Rádio Eclésia têm maior
audiência”). A seguir, coloca-se o tema ou dúvida que o trabalho vai abordar (por
exemplo: “como elaborar uma pauta de cobertura sócio jornalística investigativa”?).
Para Katchipwi Sayla (2020), o pesquisador depois do tema, deve descrever ou
citar os objectivos que precisa obter no decorrer da sua investigação. Tenha atenção para
descrever da maneira mais específica e concisa o(s) objectivo(s). Procure também evitar
citar muitos objectivos, como em artigo científico, já que o objectivo do resumo é
informar apenas os pontos principais do estudo. Como já mencionado, em alguns casos,
não há espaço para a introdução do tema. Nesse contexto, a adequada formulação dos
objectivos é ainda mais relevante.

II.2.1.5 Métodos

A metodologia deve ser baseada em alguns pontos principais: o desenho do
estudo; o campo do trabalho (Praça do 4 em Benguela); quais eram os critérios de inclusão
e exclusão; a intervenção a ser aplicada (ou os dados a serem observados) e os desfechos
a serem analisados. Deve-se deixar claro como foi desenvolvido o objectivo do estudo,
quais foram os tópicos de observação ou intervenção nos indivíduos estudados, além de

métodos de análise dos dados). São frases adequadas “Estudo prospectivo, observacional,
incluindo indivíduos com idade acima de 18 anos, vendedores ambulantes da praça do 4,
após a assinatura de termo de consentimento. Foram excluídos os vendedores que tinham
as lojas e armazéns no local”. Deve ser lembrado que critérios de exclusão estão contidos
no universo de inclusão, ou seja, não há necessidade, por exemplo, no caso acima, de
mencionar como exclusão “idade abaixo de 18 anos”. A intervenção a ser aplicada ou os
dados a serem colectados visando ao alcance do objectivo são obrigatórios. Não há
necessidade de citar todos os dados colectados detalhadamente, por exemplo, podem-se
citar dados demográficos ao invés de idade, sexo, raça etc. Se houver espaço suficiente,
deve-se citar em que forma numérica os dados são apresentados, por exemplo, média e
desvio padrão ou porcentagem por meio de tabelas e gráficos, e as principais técnicas
utilizadas (entrevistas, questionários, debates, focus Groups, Observação) e instrumentos
utilizados (KATCHIPWI SAYLA, 2020). A análise estatística pode ser resumida ou
suprimida, se não houver espaço suficiente de palavras/caracteres; os avaliadores
pressupõem que a estatística foi realizada da maneira correcta.
Eventualmente, os autores devem citar as análises de conteúdos e ou estatísticas
mais específicas. O erro mais frequente dessa sessão é a inclusão de resultados, como,
por exemplo, o número de indivíduos incluídos ou dados sobre os mesmos. Embora a
declaração sobre aprovação do estudo pelas comissões de ética seja obrigatória no corpo
do artigo completo, ela não é usualmente exigida em resumos de congresso e seminários
por falta de espaço. Entretanto, subentende-se que todos os preceitos éticos foram
devidamente cumpridos. Alguns sistemas de sites, inclusive, exigem, num dos passos da
submissão, uma declaração do autor responsável, na qual, fique claro, que esses preceitos
foram integralmente cumpridos.

II.2.1.6 Resultados

Para Goodman (2009), os resultados são os pontos principais do estudo, e o autor
e os co-autores devem reservar mais espaço para essa secção. A descrição inicial da
população estudada, seguida da análise em torno do objectivo principal, é parte essencial
dos resultados. O resumo deve informar o número dos indivíduos efectivamente
incluídos, haja vista que essa informação é fundamental para o julgamento da validade
dos resultados apresentados. Existe a possibilidade de incluir tabelas ou figuras nos
resumos de alguns congressos e seminários. Como os resumos são formas compactas de
publicação, deve ser lembrado que essas tabelas e figuras precisam ser pequenas,

mostrando apenas o que for mais representativo como resultado. Grandes tabelas e figuras
complexas são de difícil visualização e compreensão. Por último, não há espaço, nessa
parte, para discussão e comparação dos resultados com outros trabalhos da literatura
científica.

II.2.1.6 Conclusões

As conclusões devem ser concisas e impactantes. Na visão de Foote (2008), em
uma ou duas frases, o(s) autor(es) deve(m) passar a(s) resposta(s) para o(s) objectivo(s)
descrito(s) anteriormente. Ou seja, a conclusão é a parte que será lida mais
frequentemente, depois do título do estudo. Aqui, novamente, não há espaço para
discussão dos resultados, o que tem sido um dos erros bastante frequentes. Entretanto, o
erro mais comum na conclusão é extrapolar os dados efectivamente avaliados pelo
trabalho, o que pode resultar na sua sumária recusa, visto que, em congressos e
seminários, não há chances de resubmissão.
A citação de referências é prática recomendada, mas pode ser difícil de ser
executada porque conta-se o número de palavras/caracteres do resumo, já limitado.

II.2.1.7 Submissão do Resumo Expandido

O processo de submissão do resumo também tem etapas a serem cumpridas.
Actualmente, a maioria dos eventos conta com o sistema de submissão eletrônica, o que
facilita o manejo das centenas de resumos submetidos. Do ponto de vista do autor, esses
sistemas também são de grande ajuda, pois, usualmente, são autoexplicativos e reduzem
a chance de submissões inadequadas.
Algumas observações adicionais são relevantes. Primeiramente, escolha a área
temática mais adequada para o seu resumo; isso fará com que ele seja apresentado e
discutido entre estudos com mesma temática e o(s) autor(es) tire(m) mais proveito da
apresentação. Outro ponto a ser considerado são os resumos apresentados separadamente,
mas pertencentes ao mesmo conceito, constituindo, muitas vezes, objectivos secundários
do trabalho inicial. As comissões julgadoras têm reprovado trabalhos secundários do
estudo, se eles podem ser acrescidos no trabalho principal. Muitos congressos não aceitam
ou têm regras diferentes para relatos de casos e revisões de literatura, mesmo na forma de
revisões sistemáticas e meta-análises, porque os temas originais são priorizados na
escolha por parte das comissões científicas.

II.2.1.8 Considerações Finais

A apresentação de resultados de trabalhos científicos em congressos e em
seminários é um passo importante no contexto da divulgação de ciência entre aqueles para
os quais esses resultados são relevantes. Além disso, em muito contribui para a melhor
qualidade das publicações em seu formato final. Dentro desse contexto, a elaboração de
um bom resumo, de acordo com os preceitos de boa redacção científica, é fundamental.
As dicas apresentadas no quadro 1 podem auxiliar nesse processo.
Quadro 1 – Dicas para a elaboração de resumos de trabalhos científicos para
congressos e seminários.

1 Ideias baseadas em pesquisa experimental e exploratória, prática e campos sociais do dia-a-dia
(estudo transversal e de múltiplas afetações);
2 A estrutura dos resumos é bem rígida; tenha certeza de que vai agregar todo o tipo de informação
nova em um curto texto;
3 Proporcionar ao avaliador informações suficientes que lhe vai permitir julgar se é conveniente
aprovar o trabalho ou não;
4 Lembre-se de que a impressão deve ser impactante;
5 Evite abreviaturas ou símbolos, expceto aqueles com uso generalizado;
6 A introdução (se existir) deve ir directamente ao contexto do trabalho, focando em uma ou duas
frases;
7 Coloque os objectivos principais do trabalho, tentando se limitar apenas aos principais focos da
pesquisa;
8 Na parte de métodos, relate o tipo de estudo; não é necessário se alongar em relação a todos os
dados analisados ou análise estatística detalhada;
9 Descreva rapidamente as características da população e, em seguida, os resultados da análise
realizada;
10 Não há espaço para discussão dos resultados;
11 A conclusão deve ser expressa em uma ou duas frases apenas e deve responder ao(s) objectivo(s)
do trabalho;
12 Preste atenção ao limite de palavras ou caracteres imposto para inscrição do resumo e evite o
excesso de artigos, advérbios e adjectivos;
13 Submeta o seu resumo na categoria mais apropriada, para que o trabalho possa ser discutido no
contexto adequado.

 

Referências Bibliográficas

CHARAUDEAU, Le discours d’information médiatique. [S. l.]: Nathan, 1997.
FAUSTO NETO. Fausto Neto, A. Fragmentos de uma «analítica» da midiatização. Revista
Matrizes, (2), 2008, pp. 89-105. Disponível em
http://www.revistas.usp.br/matrizes/article/view/38194/40938. Data de acesso, 20 de Maio de
2019.

FERREIRA, Jairo. Mídia e conhecimento: objetos em torno do conceito de dispositivo.
INTERCOM – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXV
Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Salvador/BA – Set 2002
FOOTE M. Some concrete ideas about manuscript abstracts. Chest. 129(5), 2006, p.
1375- 1377.
___________________. Abstracts for professional meetings: small but mighty. Chest.
134 (5), 2008, p. 1103 1105.
GOMES, Pedro Gilberto. A Filosofia e a ética da comunicação na midiatização dasociedade. São
Leopoldo: Unisinos, 2006.
GOODMAN NW, Edwards MB. Medical writing: a prescription for clarity. 3rd ed.
Cambrigde: Cambridge University Press; 2006.
KATCHIPWI SAYLA, B M. A CIRCULAÇÃO DA AGRESSIVIDADE EM ADOLESCENTES
ANGOLANOS SOB A PERSPECTIVA DA MIDIATIZAÇÃO: disputas interacionais como
busca de reconhecimento nas esferas de consumo e produção dos bens da indústria cultural. Tese
de Doutoramento em Ciências da Comunicação. Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São
Leopoldo / RS, Brasil, 2020. Disponível em
http://www.repositorio.jesuita.org.br/bitstream/handle/UNISINOS/9450/Bantu%20Mendon%c3
%a7a%20Katchipwi%20Sayla_.pdf?sequence=1&isAllowed=y
.
______________________. Mutações do Dispositivo Midiático no processo decirculação: o
“laranjinha”, um estudo de caso em Angola. Japaratinga, AL, 2018. Disponível em
http://www.ciseco.org.br/images/coloquio/csm7/CSM7_BantuSayla.pdf
______________________. O Discurso Religioso nos Meios de Comunicação Social: Rádio.
2009, 134 F. Monografia (Graduação). Faculdade de Comunicação Social – Habilitação em
Rádio e TV, Faculdades Integradas Teresa D’Ávila, Lorena, 2009.
MANGUINEAU, Dominique. L´analyse du discours et sesfrontières. In: Margeslinguistiques.
Número 9, mai 2005. France, Saint-Chamas: MLMS Éditeur.
MARX, K. O Capital. Livro Terceiro. Volume V. 14. ed. Tradução de Reginaldo
Sant´Anna. São Paulo: Bertrand Brasil, 1994.
MEUNIER, Jean-Pierre. Dispositif et théories de la communication: deux concepts en rapport de
codétermination. In: Le Dispositif – Entre usage et concept. Hermes 25: Cognition,
Communication, Politique. Paris: CNRS Éditions, 1999. p. 83 – 91.
PERAYA, Daniel. Médiation et médiatisation: le campus virtuel?.In: Le Dispositif – Entre usageet
concept. Hermes 25: Cognition, Communication, Politique. Paris: CNRS Éditions, 1999. p.153-
167.
RODRIGUES, Adriano D. O dispositivo da enunciação. In: Comunicação e Cultura – A
experiênciacultural na era da informação. Lisboa, Presença. 1994. p. 141 – 156.
WAGNER PD. Writing up your research results for publication. Chest. 136(2), 2009, p.
639-642

Deixe uma resposta

lndian sxe pornozavr.net kannada xxx vedios سكس اغتضاب tubestur.com سكس يابانى خيانة sunny leone xvideo.com doodhwali.net freeindiansex phone sex patna hlebo.mobi sex vide سكس حمام سباحه crobama.com سكس مال
n xxn indiansexmms.me xvideo indian teacher henrietta hentai hentaivsmanga.com bowsette hemtai www e hentai truehentai.com breeding sister in law local sex indian pornindianhub.info sex video with foreplay سكس مص عربى gekso.mobi نيك عنتيل المحلة
mio honda hentai xyzhentai.com brown skin hentai www xxx indea ruperttube.net tamil actress hansika sex video sexy bp picture sexy bp picture indianfuckingclips.com www.indianauntysex fitnessroom.com sex hotindianporn.mobi indean xxx hot sex videos online pornlake.mobi porn boobs sucking